Muito se tem falado sobre o estado da arbitragem nacional nas últimas semanas. Uma discussão que foi colocada na agenda mediática pelas péssimas prestações das equipas de arbitragens na I Liga. Seria um bom momento para que a sociedade desportiva nacional reflectisse sobre este assunto, encontrando soluções para o futuro da arbitragem e do desporto nacional.
Infelizmente, nada disso está a ser feito. Continua-se a discutir o acessório em vez do essencial. Basta para isso percebermos que a principal conclusão da reunião que o Conselho de arbitragem teve com os clubes, foi a defesa de Jorge Sousa através do branqueamento das duas grandes penalidades que não assinalou no derby da Luz. E o circo continua agora com o lance do 3º golo do Boavista no estádio da Luz.
São estas a principais conclusões de uma crise tão grande. É incompreensível que ninguém queira pensar a arbitragem nacional. Ninguém quer analisar as alterações aos corpos dirigentes do Conselho de Arbitragem, ninguém quer saber das classificações dos árbitros, ninguém quer saber da formação dos árbitros, ninguém quer saber da divulgação dos relatórios dos árbitros, ninguém quer saber da profissionalização dos árbitros, entre outros temas fundamentais.
Curiosamente, também ninguém quer saber quem é que manda no "apitadeiro" nacional. Por isso, parece-me que está mais do que na hora de trazer este assunto para a praça pública.
Senhoras e senhores, apresento-vos o "Casal do apito".
Uma paixão em comum
Em qualquer relacionamento é sempre importante existiram "amores em comum".
O vídeo de casamento
"Eu diria até que se o Duarte Gomes fosse mulher, eu casava com ele".
Haverá relação mais intima do que esta no futebol nacional? É sempre interessante ver as brincadeiras de uma casal tão apaixonado, por isso deixei ficar essa parte no vídeo. Só não percebi o momento em que Duarte Gomes pegou numa banana... Deve ser alguma modernice.
Pedro Proença sai em defesa da sua "amada"
Em 2013/2014, o Sporting deslocou-se ao Estádio da Luz para disputar a quarta eliminatória da Taça de Portugal.Vamos lá recordar a "apitadela".
Entre outros lances, Duarte Gomes não vislumbrou duas grandes penalidades a favor do Sporting. Lances indiscutíveis entre os analistas e adeptos. Lá teve Pedro Proença de vir a terreiro defender a sua amada. Vejamos:
"Aquilo que eu vou dizer pode ser polémico: Fez uma excelente arbitragem dentro de um determinado contexto"
Se o contexto era favorecer o Benfica, concordo que tenha feito uma excelente arbitragem.
Nada de novo de alguém que até já andou aos empurrões com um treinador de guarda-redes do Sporting
(link).
Querido mudei a casa
No dia 27 de Janeiro - dia seguinte à eliminação do Benfica na Taça da Liga frente ao Moreirense - o jornal Abola fez uma reportagem sobre os testes do videoárbitro. Vejamos:
Como podem verificar, o jornal indica que Duarte Gomes foi o videoárbitro do jogo Moreirense vs Benfica. Na foto, o casal mostra toda a sua cumplicidade. Vejamos se eu percebo alguma coisa disto:
1 - Pedro Proença é Presidente da Liga, mas como alguém dizia há uns tempos: "Pedro Proença saiu da arbitragem mas a arbitragem não saiu dele". É um facto indesmentível. Eu pergunto: O que está a fazer o Presidente da Liga na cabine do videoárbitro? Não deveria estar a controlar todos os preparativos organizativos da competição? É que como toda a gente sabe, a arbitragem está sob a alçada da FPF, pelo que a Liga e o seu presidente não tem que se imiscuir nas questões de arbitragem.
2 - Então e onde anda José Fontelas Gomes, Presidente do Conselho de arbitragem da FPF? Ficou em casa? E os restantes membros do conselho de arbitragem, como Lucílio Baptista ou João Ferreira onde andam? Também ficaram em casa? Não deveriam ser eles a acompanhar de perto os testes do vídeoárbitro?
3 - Esperem lá! O Duarte Gomes não saiu da arbitragem para se dedicar ao comentário televisivo na SIC e cronista do Expresso e da Abola? Como é que um comentador tem acesso a algo que é organizado pelo Conselho de arbitragem? Será que qualquer um de nós pode ser videoárbitro, ou é condição obrigatória ser "casado" com Pedro Proença?
Um escândalo no apitadeiro nacional!
Não consigo responder à primeira e segunda questão, mas sobre a terceira já consigo acrescentar algumas coisas.
Ora, segundo o regulamento de arbitragem existem claras incompatibilidades. Acompanhem-me numa viagem pelo regulamento:
Como podem verificar, não é possível ao titular do Conselho de Arbitragem "exercer a actividade de jornalista, colunista ou comentador em órgão de comunicação social, sobre matérias relacionadas com o setor da arbitragem". Só que o Duarte Gomes não é titular do conselho de Arbitragem.
O artigo 20º diz-nos que o estabelecido no artigo 7º é aplicável a qualquer agente de arbitragem. Ora, Duarte Gomes esteve num jogo oficial como videoárbitro. Obviamente prestou um serviço ao Conselho de arbitragem, na qualidade de agente de arbitragem, pelo que se enquadra perfeitamente no impedimento definido no regulamento de arbitragem. A não ser que nos digam que foi contratado para limpar o chão da cabine do videoárbirto. Já vimos de tudo no futebol nacional, era apenas e só mais um "dolo sem intenção", ou um "erro admissível".
E agora meus senhores? Vão atropelar os regulamentos e fechar os olhos a esta situação? Eu só vejo uma solução para isto. Demissão imediata de todos os titulares do Conselho de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.
Mas que grande lata!!!
E depois estes senhores ainda têm a lata de dizer que “não permitem magistérios de influência de comentadores, ex-árbitros, de alguém ou de alguma organização em particular”.
Tenham vergonha na cara!
Peço a todos os leitores para partilharem este post pelas redes sociais. Só assim será possível colocar o tema na agenda mediática.
Outros posts sobre esta temárica:
Duarte Gomes "O padrinho do apito"
António Rola "O algodão não engana"
Conclusões da reunião do Cons. Arbitragem com os clubes
Jorge Coroado "Os protegidos"
Jorge Coroado "Promiscuidade"
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